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‘Bandeira de Retalhos’, de Sérgio Ricardo, estreia na Casa França-Brasil

Inédito no cinema, o filme é a nova atração do Cineclube Rio de Telas


Sexta-feira é dia de cinema e, neste início de fim de semana, com mais razão ainda. Em 4 de outubro será lançado, oficialmente, o novo filme do diretor Sérgio Ricardo, às 18h30, na Sala Rio 40°, na Casa França-Brasil. “Bandeira de Retalhos”, ainda inédito no circuito comercial, teve sua primeira exibição ano passado, na Mostra de Cinema de Tiradentes (MG) e vai ser apresentado dentro do projeto Cineclube Rio de Telas.

Reconhecido como um marco especial na carreira do diretor de filmes como “A Noite do Espantalho”, indicado para disputar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1974, a produção de “Bandeira de Retalhos” representa, para Sérgio Ricardo, o resgate do próprio cinema. Afinal, “Bandeira de Retalhos” quebrou um hiato de quatro décadas sem lançamentos de filmes dirigidos por ele.

Aos 88 anos e com uma trajetória de grandes criações na música, na pintura e no cinema, o diretor mora, há décadas, em uma casa na comunidade do Vidigal, uma das maiores favelas do Rio, encravada entre o Leblon e São Conrado, na Zona Sul.  Até hoje, as lutas sociais dos moradores do Vidigal, lideradas por ele, não saem da cabeça do cineasta.

“Bandeira de Retalhos” teve sua primeira exibição ano passado, na Mostra de Cinema de Tiradentes (MG)

“Um dia”, relembra Sérgio Ricardo, “encontrei uma marcação na parede da minha casa e das 300 famílias dali, avisando que seríamos removidos pela Prefeitura e transferidos para outro local. A alegação era a ameaça dos desabamentos, mas corria a notícia de que no terreno do Vidigal seria construído um grande hotel de luxo”.

Segundo Cavi Borges, amigo de todas as horas de Sérgio Ricardo, “Bandeira de Retalhos” é a consagração da união da comunidade do Vidigal em torno de uma luta comum, pela defesa da moradia e permanência no morro.  “Eu já fazia parte do grupo ‘Nós no Morro’ e estávamos encenando uma peça baseada no roteiro escrito por Sérgio Ricardo. Foi quando surgiu a decisão da remoção dos moradores. Então, para fazer a defesa jurídica da comunidade, Sérgio Ricardo obteve  o apoio do advogado Sobral Pinto, o grande defensor dos Direitos Humanos, que conseguiu sair vitorioso daquele processo”, recorda Cavi Borges.

O roteiro de “Bandeira de Retalhos” foi escrito por Sérgio Ricardo na década de 70, mas ele não conseguiu arrecadar financiamento para levar a história para o cinema. O sonho só se concretizou quarenta anos depois, quando o produtor Cavi Borges, especializado em filmes de grande criatividade e baixo orçamento, resolveu assumir a empreitada.

 “Mas a ajuda da comunidade do Vidigal foi fundamental para tocar a produção. Reunimos mais de quarenta atores trabalhando de graça. No elenco, Antônio Pitanga, Osmar Prado e Babu Santanna, interpretando personagens inspirados na realidade dos moradores do Vidigal”, relembra Cadu.

Programação do Cineclube Rio de Telas:
Os filmes nacionais serão apresentados durante os meses de outubro, novembro e dezembro,  sempre às sextas-feiras, às 18h30, com entrada gratuita. Em outubro, a cinematografia foi escolhida por sua relação com a música.

Confira os títulos

Outubro – Cinema e Música

4/10 – Bandeira de Retalhos

Direção: Sérgio Ricardo

Classificação: livre

Duração: 1h30m.

11/10 – “A Batalha do Passinho”

Direção: Emílio Domingos

Classificação: 10 anos

Duração: 1h20m.

18/10 – “Slam – A voz do Levante”

Direção: Roberto estrela D’Alva e Tatiana Lohman

Classificação: livre

Duração: 1h45m.

25/10 “Sinfonia da Nécropole”

Direção: Juliana Rojas

Classificação: 10 anos

Duração: 1h20m.